segunda-feira, 10 de outubro de 2011

nothing to see here

Caros leitores,
Palavra que um destes dias posto qualquer coisa assim mais para o comprido, aquele tipo de comprido que não se encontra na minha extensa colecção de vestidos. A sério, no outro dia percebi que o meu vestido mais comprido chega ao cimo dos meus joelhos. Ok, na verdade, tenho algumas saias compridas, que foram usadas um glorioso total de meia dúzia de vezes, como treino para o Hipólito no saudoso ano de 2010.

Mas, entretanto, hoje estive presa na cabeça do meu eu de 15 anos. Foi um dia com uma garantia de qualidade Oscar Wilde. A única diferença entre a mente do meu eu mais jovem e o dia de hoje, é que hoje não vi nenhum dandy a flirtar com rapazes de coro. Mas houve um momento ou outro estranhamente parecido com uma história altamente extravagante e homoerótica (como aliás tudo o que eu escrevia na altura; palavra que todas as minhas descrições de jovens incluiam expressões como "beleza de Narcisso", "força viril e elegante", ou "dedos finos de marfim"). E quase fui atropelada no meio do nada, e tudo pela Arte.

Estou também a pensar seriamente em vender um dos meus rins e adoptar indefinidamente um estilo de vida nómada. Se vender um bocado do fígado, talvez consiga comprar um pequeno estúdio em Roma, mas como o meu fígado passa por muita coisa se calhar é capaz de ser um estúdio sem água quente e com infiltrações.

- E.

P.S.: Não consigo dormir e estou a ouvir EBTG.

ETA: Escrevi isto há dois dias mas só vou publicar hoje! Desculpem. E "as suas mãos de marfim afagavam os meus caracóis loiros um por um" continua a ser uma frase daquelas que ficam para a história da literatura. Provavelmente como parte de uma história anónima publicada numa revista vitoriana e sujeita a censura, mas ainda assim pesquisável num qualquer recanto da Internet cem anos depois! :')