terça-feira, 29 de março de 2011

Mad Girl's Love Song

"I shut my eyes and all the world drops dead;
I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)

The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)

God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)

I should have loved a thunderbird instead;
At least when spring comes they roar back again.
I shut my eyes and all the world drops dead.
(I think I made you up inside my head.)"

-- Sylvia Plath

P.S.: Este blog é (talvez temporariamente) público. Woohoo!

Aventuras!

Hoje aconteceu uma coisa mesmo bonita: enganei-me no autocarro.

Saí da faculdade, a contemplar melancolicamente a Beleza do Mundo e o meu plano de curso. Enquanto pensava nestas coisas, reparei que estava um autocarro parado na paragem, e pensei logo que só podia ser o X. Passei por toda a gente na paragem que estava a olhar para mim, entrei no autocarro, piquei o bilhete e fui à procura de lugar.

Só que não havia lugar. Estão a ver aquela parte mais baixinha do autocarro? basicamente era só isso, havia poucos lugares e estavam todos cheios de idosos. Pensei que, sei lá, o X estivesse avariado e tivessem mandado este.

Entretanto, os passageiros estavam a olhar para mim: imaginem o que não é, num autocarro em que está toda a gente acima dos 50, uma miúda com ar de quem tem 12 anos. Achei estranho, porque tudo aquilo me fazia cada vez mais lembrar aquele autocarro "Vamos à Baixa!" destinado aos cidadãos com mais idade. No entanto, ao entrar tinha visto uma miúda sensivelmente da minha idade e por isso pensei que fosse só impressão ou a hora.

Foi então que a suspeita tomou conta de mim: tinha mesmo entrado no lugar errado. Pensei em fingir que não era nada comigo e depois sair na Baixa, mas estava com vontade de rir e resolvi partilhar o momento com alguém. A minha mãe tinha o telemóvel desligado, por isso liguei à Marina. A desmanchar-me a rir, contei-lhe que me tinha enganado no autocarro.

Ao ouvir isto, uma senhora que lá estava disse-me que eu podia sair na paragem seguinte que era já ali, mandou-me carregar no "STOP" e ajudou-me. Lá saí (e ia saindo pela porta errada...) e a outra jovem saiu também.

Lá fora, ela vira-se para mim e diz, "Eu também me enganei no autocarro, pensava que era o X. Só quando te ouvi falar ao telefone é que percebi que também estava no sítio errado".

sábado, 26 de março de 2011

Não perguntem, não digam nada, mas preciso de um abraço. :(

(Em suma: estar à procura de uns poemas nos meus diários antigos e encontrar coisas que não queria dá-me vontade de ir tomar banho 50 vezes. Felizmente, estou munida de chá e trabalhos de casa de Grego.)

terça-feira, 22 de março de 2011




Shiu, calem-se que isto agora é um sítio daqueles VIP, só por convite mesmo. Imaginem-se, caros leitores, a bater à porta das traseiras de uma loja de animais. Um postigo abre-se no cimo da porta e um homem com um fato às riscas e sotaque italiano pergunta, "Qual é a senha?"

Vocês, todos contentes, respondem, "Swordfish". E depois com um bocado de sorte vão ver um homem por causa de um cão e não apanham uma tareia. Vejam lá é se o gin não é forte, tive de o fazer na minha banheira.


(Imagem.)

segunda-feira, 21 de março de 2011

(Não sei de onde é a imagem, mas tinha de partilhar.)


LII

Oh, sleep forever in the Latmian cave,

Mortal Endymion, darling of the Moon!

Her silver garments by the senseless wave

Shouldered and dropped and on the shingle strewn,

Her fluttering hand against her forehead pressed,

Her scattered looks that troubled all the sky,

Her rapid footsteps running down the west —

Of all her altered state, oblivious lie!

Whom earthen you, by deathless lips adored,

Wild-eyed and stammering to the grasses thrust,

And deep into her crystal body poured

The hot and sorrowful sweetness of the dust:

Whereof she wanders mad, being all unfit

For mortal love, that might not die of it.

-- Edna St. Vincent Millay (source)

domingo, 20 de março de 2011

This is how my mind works:

I wish I could drink like a lady,
I can take one or two at the most.
Three and I'm under the table,
Four and I'm under the host.

-- Dorothy Parker


sexta-feira, 18 de março de 2011

If you wanna be my lover, you gotta appreciate my poems or no zigga-zig-ah will be done.

(crédito da imagem.)


Say my love is easy had,
Say I'm bitten raw with pride,
Say I am too often sad ---
Still behold me at your side.

Say I'm neither brave nor young,
Say I woo and coddle care,
Say the devil touched my tongue ---
Still you have my heart to wear.

But say my verses do not scan,
And I get me another man!

-- Dorothy Parker (daqui)

Song of one of the Girls



Here in my heart, I am Helen;
I'm Aspasia and Hero, at least.
I'm Judith, and Jael, and Madame de Staël;
I'm Salome, moon of the East.

Here in my soul I am Sappho;
Lady Hamilton am I, as well.
In me Récamier vies with Kitty O'Shea,
With Dido, and Eve, and poor Nell.

I'm all of the glamorous ladies
At whose beckoning history shook.
But you are a man, and see only my pan,
So I stay at home with a book.


-- Dorothy Parker (Decidi postá-lo porque é um dos meus poemas preferidos. Mais, foi escrito pela Dorothy Parker e menciona uma data de senhoras maravilhosas que admiro bastante.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Maçãs

(crédito da imagem)


Ora bem:
1. Gosto mesmo muito de maçãs.
2. Sou uma jovem na flor da idade.
3. É Primavera.

Era, portanto, apenas uma questão de tempo até a Vickypédia (essa fiável fonte de tudo o que é informação) me dizer que na Grécia atirar uma maçã a alguém equivalia a uma declaração amorosa, e apanhar a maçã era aceitar essa declaração. Não é maravilhoso?

"I throw the apple at you, and if you are willing to love me, take it and share your girlhood with me; but if your thoughts are what I pray they are not, even then take it, and consider how short-lived is beauty."
(Epigrama VII. Adivinhem de quem? Yup, supostamente é de Platão.)

Proponho que pelo IEC revivamos esta febre. As maçãs são saudáveis, são bonitas e cheiram bem.

Three years of college, and plenty of knowledge...

Pára tudo: afinal há um lado positivo em tudo isto. Ninguém vai reparar nas tuas fotos da Queima no Facebook, mesmo aquelas em que és taggado pelos teus amigos em cenários comprometedores. Woo!

segunda-feira, 14 de março de 2011

VI

JARDÍ MAR I MURTRA
(crédito da imagem. que btw foi tirada na Catalunha, pelos vistos.)

No rose that in a garden ever grew,
In Homer's or in Omar's or in mine,
Though buried under centuries of fine
Dead dust of roses, shut from sun and dew
Forever, and forever lost from view,
But must again in fragrance rich as wine
The grey aisles of the air incarnadine
When the old summers surge into a new.
Thus when I swear, "I love with all my heart,"
'Tis with the heart of Lilith that I swear,
'Tis with the love of Lesbia and Lucrece;
And thus as well my love must lose some part
Of what it is, had Helen been less fair,
Or perished young, or stayed at home in Greece.

-- Edna St. Vincent Millay (Second April, source)

IV

crédito da imagem

Only until this cigarette is ended,
A little moment at the end of all,
While on the floor the quiet ashes fall,
And in the firelight to a lance extended,
Bizarrely with the jazzing music blended,
The broken shadow dances on the wall,
I will permit my memory to recall
The vision of you, by all my dreams attended.
And then adieu,–farewell!–the dream is done.
Yours is a face of which I can forget
The color and the features, every one,
The words not ever, and the smiles not yet;
But in your day this moment is the sun
Upon a hill, after the sun has set.

-- Edna St. Vincent Millay (Second April, source)

Não sei qual é a religião desta pessoa. Mas não quero descobrir.

Hoje estava eu procurando páginas no Facebook, calmamente, de gin numa mão e computador na outra*, quando me deparei com esta página:




Entre "Pessoas que gostam de Gato e Gatinhos" e "As pessoas que se chegam muito ao pé de mim" (de quem, surpreendentemente, ninguém gosta) vemos "as pessoas que se deixar ser usadas por Deus". Isto é um bocado como se a Alexandra Solnado escrevesse "hádem". Caro leitor, eu rebolei-me no chão a rir. Literalmente. Desci da cadeira e enrolei-me em posição fetal enquanto tentava acalmar as dores de barriga que começava a ter de tanto rir e que me estavam a fazer ficar com falta de ar. E fiquei com falta de ar durante algum tempo. É caso para dizer: Deus castiga...!

(Mas agora a sério. Hoje houve um senhor à saída da FLUC que me ofereceu uma versão condensada da Bíblia.)

* Caro leitor, não me responsabilizo pela veracidade desta informação, mas por favor imagine-me assim. E vagamente parecida com a Angelina Jolie, porque é o que toda a gente me diz.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Great Gatsby na NES


Descobri recentemente a versão NES do Great Gatsby. Não, caro leitor, não é um erro: há mesmo um jogo baseado na obra do Foxy Scott Fitzgerald. Captar num videojogo o lado negro dos anos 20, com todas as ideologias ou faltas dela, romances proibidos e flappers a vomitar nos arbustos não pode ser tarefa fácil.



No entanto, este jogo quer lá saber disso. O objectivo é basicamente resolver o mistério da Luz Verde (que aqui parece quase um plano de extraterrestres para controlar Nova Iorque) atirando chapéus a tudo o que mexe. Sim, chapéus: nos anos 20 eram peças de qualidade, que podiam ser usados como bumerangue, e não essas tretas fabricadas em massa em países onde a mão-de-obra é barata.



Nick Carraway deixa de ser um observador exterior de interacções sociais profundas entre pessoas horrivelmente superficiais, e passa a ser uma espécie de Indiana Jones, que munido de chapéus e power-ups em forma de cocktail, consegue causar grandes revezes no seio da sociedade nova-iorquina. Nada lhe escapa: flappers, homens fugidos da prisão, alcoólicos que atiram garrafas, pássaros, vagabundos e empregados.



Sim, o primeiro nível tem uma série de empregados de mesa que estão apenas a tentar fazer o seu trabalho, vendo flappers sobre cães, e são atingidos a sangue-frio por chapéus. É horrível, minha gente. Não via tanta violência contra homens carregando bandejas com bebidas desde o Tomb Raider II, em que eu e a minha irmã mais nova trancávamos o mordomo da Lara Croft no congelador (depois descobrimos o GTA. Eu matava tudo o que via à frente e falhava as missões todas, a minha irmã só matava de vez em quando. É por isso que eu seria uma mísera criminosa rasca e ela seria uma psicopata daquelas com estilo que matam pessoas por causa de cartões de visita e precisam de devolver grandes quantidades de cassetes de vídeo).


Seja como for, é um jogo engraçado. Estou a jogá-lo agora, mas caramba, há uma falha enorme em toda esta fidelidade ao material original: os óculos do anúncios do T.J. Eckleburg são um boss demasiado fraquinho, tendo em conta que no livro são comparados a olhos divinos.