segunda-feira, 7 de março de 2011

Great Gatsby na NES


Descobri recentemente a versão NES do Great Gatsby. Não, caro leitor, não é um erro: há mesmo um jogo baseado na obra do Foxy Scott Fitzgerald. Captar num videojogo o lado negro dos anos 20, com todas as ideologias ou faltas dela, romances proibidos e flappers a vomitar nos arbustos não pode ser tarefa fácil.



No entanto, este jogo quer lá saber disso. O objectivo é basicamente resolver o mistério da Luz Verde (que aqui parece quase um plano de extraterrestres para controlar Nova Iorque) atirando chapéus a tudo o que mexe. Sim, chapéus: nos anos 20 eram peças de qualidade, que podiam ser usados como bumerangue, e não essas tretas fabricadas em massa em países onde a mão-de-obra é barata.



Nick Carraway deixa de ser um observador exterior de interacções sociais profundas entre pessoas horrivelmente superficiais, e passa a ser uma espécie de Indiana Jones, que munido de chapéus e power-ups em forma de cocktail, consegue causar grandes revezes no seio da sociedade nova-iorquina. Nada lhe escapa: flappers, homens fugidos da prisão, alcoólicos que atiram garrafas, pássaros, vagabundos e empregados.



Sim, o primeiro nível tem uma série de empregados de mesa que estão apenas a tentar fazer o seu trabalho, vendo flappers sobre cães, e são atingidos a sangue-frio por chapéus. É horrível, minha gente. Não via tanta violência contra homens carregando bandejas com bebidas desde o Tomb Raider II, em que eu e a minha irmã mais nova trancávamos o mordomo da Lara Croft no congelador (depois descobrimos o GTA. Eu matava tudo o que via à frente e falhava as missões todas, a minha irmã só matava de vez em quando. É por isso que eu seria uma mísera criminosa rasca e ela seria uma psicopata daquelas com estilo que matam pessoas por causa de cartões de visita e precisam de devolver grandes quantidades de cassetes de vídeo).


Seja como for, é um jogo engraçado. Estou a jogá-lo agora, mas caramba, há uma falha enorme em toda esta fidelidade ao material original: os óculos do anúncios do T.J. Eckleburg são um boss demasiado fraquinho, tendo em conta que no livro são comparados a olhos divinos.



Sem comentários:

Enviar um comentário